
Em tempo de eleições burguesas, nós, comunistas, nos posicionamos de acordo com nossas expectativas em relação ao Estado. Sabemos, sobretudo com a atuação das forças golpistas, como a burguesia permite a ordem democrática apenas na medida em que seus interesses de classe estiverem firmados. Porém, entendemos que o Estado tem suas contradições conforme a sociedade da qual faz parte. Se o aparato burocrático é um entrave para nossos interesses, também há possibilidades de conquista de direitos quando há luta e outro projeto em disputa. Se temos outro projeto societal, nos cumpre, nesse momento em que o debate político ganha uma visibilidade particular, apoiar as candidaturas combativas que surgem do seio das lutas do povo brasileiro.
Como nas outras cidades do país, em Curitiba, também sofremos com os ataques à classe trabalhadora. A falta de estrutura para a saúde, a falta de vagas em escolas e creches, o comprometimento com os interesses da máfia do transporte público, a violência contra mulheres, a violência contra a população LGBT, a postura policialesca e higienista da assistência social do município, a segregação social e espacial são alguns dos problemas da capital paranaense. Recentemente, até a truculência da guarda municipal foi publicizada, expressa na agressão racista contra um jovem negro candidato a vereador na cidade.
Temos firmeza em afirmar que nenhum dos representantes da política tradicional irá avançar na solução destes problemas. No Brasil, qualquer forma de projeto democrático encontra obstáculos no monopólio e no latifúndio que, ao lado do imperialismo, transformam a cidade em mercadoria e enfrentam ao máximo os interesses da classe trabalhadora e das classes populares. É necessário que se construa e se visibilize um programa comprometido com os de baixo.
Só podemos apoiar candidaturas que também tenham se colocado no combate à sociedade de classes, ao machismo, ao racismo, à LGBTfobia, à intolerância religiosa. Mesmo que a democracia representativa não seja a saída para a transformação, entendemos que apoiar algumas das candidaturas combativas e populares se associa à construção de um projeto popular para o Brasil, e para o Paraná e Curitiba. Então, nossa posição é apoiar algumas das candidaturas populares do PSoL – Partido e Socialismo e Liberdade em Curitiba.
Para a prefeitura, entendemos que é importantíssimo termos uma candidata mulher, feminista e mãe, vinda da periferia, e das lutas e movimentos sociais. Uma de suas pautas é a luta feminista, na qual tem atuado, por exemplo, na luta pelo respeito às mães. A candidatura de Xênia Mello está comprometida com o acesso à educação de qualidade, uma nova política ambiental e de moradia popular, o enfrentamento à máfia do transporte público, a luta pelo respeito às mulheres, à população LGBT, o fim da segregação racial, a tolerância religiosa, preocupada com o respeito à autonomia e participação da população. No lançamento da plataforma que engloba sua campanha, a candidata à prefeitura pelo PSoL afirmou que um partido tem que servir como instrumento que potencialize a luta da classe trabalhadora, e, também por isso, faremos o possível para construir sua candidatura.
Já para os cargos de vereadores, apoiamos as candidaturas de Bernardo Pilotto – 50500 – e da Professora Ângela – 50029, ambos lutadores ligados à luta pela educação e comprometidos com as pautas populares de luta. A professora da rede estadual, Ângela Machado, assume um compromisso especial com os trabalhadores da educação, e propõe estar em permanente diálogo com o sindicato para a construção da política de educação municipal. Já Bernardo Pilotto é trabalhador do HC – Hospital de Clínicas, anteriormente administrado pela UFPR – Universidade Federal do Paraná, hoje gerido pela EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Bernardo esteve na luta contra a adesão do HC/UFPR a essa empresa, que é um projeto de “privatização branca” da saúde.
Sendo candidaturas comprometidas com pautas e lutas “dos de baixo”, a Juventude Comunista Avançando convida todos e todas que se identificam com as pautas populares e combativas a votar e construir tais campanhas, e seguir na luta por uma Curitiba para a classe trabalhadora.
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